sexta-feira, 24 de março de 2017

Resenha - Lágrimas de Rhanor de Daniel S. Lima

Olá desinformadoss.
Hoje é dia de resenha no canal. E resenha de livro nacional e independente. 

Bora conferir?

Capa:



Uma capa muito bonita e profissional. Chama a atenção e é 100% condizente com a história.

Sinopse: Um antigo mal renasceu...

No mundo de Enora, um exército maligno ressurgiu, formado por tudo que é mau e cruel.

Sedento por sangue, suas legiões semearam os campos com os corpos dos que ousaram enfrentá-los. No comando dessa horda, liderando suas lanças e espadas, estava o mago corrompido: Vorlak, o Profano.

Sua ira e sua cobiça fizeram espalhar um grande temor, e a simples menção de seu nome fez com que reis se curvassem diante de suas exigências. Diante de tal legião maligna, as forças da luz se mobilizaram em uma desesperada investida. O rei Arluz e seus heroicos companheiros partiram para deter as forças do mal; no entanto, não houve êxito em sua demanda. Porém, seu sacrifício não foi totalmente em vão, e eles conseguiram atrasar o avanço de Vorlak.

Vinte anos depois, o descendente de Arluz, o príncipe do reino de Etinas, acorda de um pesadelo sem saber que o simples abrir de seus olhos, naquela manhã, seria o primeiro ato para cumprir o destino que começava a se desenrolar perante ele.

Aquela era a demanda deixada por seu pai, sua Herança de Sangue.

Dados Técnicos: 2016, 232 páginas, Independente, Daniel S. Lima.

Resenha: Leitor, você conhece RPG?
Role Playing Game (jogo de interpretação em tradução livre) é um jogo que foi muito popular nas décadas de 80 e 90, principalmente em sua vertente medieval, popularizada pelo jogo chamado Dungeons & Dragons.
Por que estamos falando disso?
Porque se você gosta dos RPGs medievais, vai gostar bastante de Lágrimas de Rhanor. A obra do escritor brasileiro Daniel S. Lima bebe tremendamente dessa fonte em tudo o que há de bom e de ruim no estilo.

Aventura: Tudo o que se pode esperar de uma aventura de RPG medieval pode ser encontrado nessa obra. Um grupo de guerreiros enfrentando inimigos poderosos, um necromante que busca dominar o mundo, criaturas fantásticas, magia.
O livro segue, em geral, uma linha narrativa bastante frenética, colocando o leitor sempre dentro da aventura.
Há pouco espaço para descrições mirabolantes ou grandes tramas psicológicas. O negócio aqui é a ação.

Pouco profundo: O livro começa com um grande flash back mostrando um pouco da história dos antepassados do personagem principal, mas, de resto, segue na linha "jornada do herói".
Temos um príncipe que precisará aceitar o chamado do destino e repetir os feitos de seu pai e de seu avô, mesmo que isso signifique a morte.
O personagem principal, o príncipe Teron é essa figura honrada e determinada, que fará de tudo para defender o seu reino.

Tramas não explicadas: A mania por produzir séries se espalhou pelo mundo literário e aqui temos outro exemplo. O autor não se contentou em produzir uma história fechada e Lágrimas de Rhanor é, claramente, a primeira parte de uma obra cujo tamanho ainda desconhecemos.
Durante esse primeiro livro, ele abre vários assuntos, como os viajantes que aparecem na festa ou a rixa entre os mentores de Teron. Romances se desenham no horizonte e vários personagens, lugares e histórias são citados.
Espera-se que o autor tenha feito tudo isso de propósito e saiba como fechar todas essas pontas que ficaram abertas. Se foi de propósito, pode resultar em algo grandioso ou senão, se perder na quantidade de eventos. Só o tempo dirá.


Batalha: A história segue até seu ápice onde uma grande batalha acontece e, infelizmente, essa é a a parte do livro com mais problemas. Na ânsia de utilizar uma quantidade variada de criaturas, o autor simplesmente despejou-as na história, sem preparar o leitor para elas ou explicar direito de onde surgiram. Foi como num passe de mágica.
O resultado é que a confusão atrapalhou uma sequência de batalha bastante interessante, deixando-a confusa devido ao excesso de elementos.

Tem talento, mas precisa de direção: A escrita do Daniel é objetiva e fluída. O estilo do autor casa bem com a história proposta, mas fica claro que o livro precisa de uma boa revisão e de um editor para chegar ao mercado com mais seriedade.
O autor incorre em erros simples como usar parágrafos muito grandes, repetir palavras em demasia ou cometer erros de português.
É preciso lembrar que o livro é independente, o que explica esses deslizes.

Conclusão: Lágrimas de Rhanor é uma obra que valeu a leitura. A história é interessante, apesar das pontas soltas e os problemas de estrutura podem ser corrigidos facilmente. Leva três estrelas no skoob.
Leia se você jogou RPG alguma vez ou se gosta de fantasia medieval.

quarta-feira, 22 de março de 2017

5 motivos para ler nacionais

Você se considera preconceituoso em relação à literatura brasileira?

Talvez você ache que não, então pense aí rapidamente em 5 autores nacionais que você gosta...

Se você teve dificuldades em responder a essa pergunta, então talvez haja sim um pouco de preconceito quanto à literatura nacional. Talvez você ache que tudo se resume aos grandes clássicos, aqueles livros que nos obrigavam a ler na escola e que odiávamos.

Apesar de a leitura dos clássicos também valer a pena, quero falar sobre obras contemporâneas. Se você gosta de literatura já ouviu falar de Rowling, Martin, Collins, Tolkien e tantos outros autores de sucesso internacional e até já leu algumas obras deles.

Claro que esses autores são interessantes e merecem ser lidos, mas o pessoal aqui do Brasil também faz um bom trabalho e merece uma chance. Quer entender por que? Confira:


- O livro é escrito originalmente em português: Quando você lê um livro internacional, você não lê a obra original, como foi pensada pelo autor, você lê uma versão traduzida. E por mais habilidade que o tradutor possua, é impossível passar as mesmas sensações que o original.

- Muitas histórias se passam em nosso país: Não é gostoso ler a descrição de um lugar e já ter estado lá? Nem todos podemos estar o tempo todo em Nova Iorque, Londres ou Paris, mas nos identificamos ao ler uma história em Salvador, Porto Alegre ou Brasilia.

- Tem gente como a gente: Personagens com nomes estranhos, vivendo em lugares muito diferentes e com costumes completamente distintos do nosso são encontrados nas obras internacionais. Se por um lado é interessante conhecer outras culturas, faz falta ver Josés e Marias comendo aquele prato de arroz com feijão.

- O autor é acessível: Mesmo com tantos eventos internacionais e redes sociais, ainda é difícil estar em contato com autores que não falam a mesma língua e estão do outro lado do mundo. O autor nacional é mais acessível, está a um tweet de distância.
 É muito mais fácil conseguir um autógrafo, um marcador, ou até mesmo bater um papo com os autores brasileiros. Os eventos literários acontecem o tempo todo por várias cidades do Brasil e há sempre uma grande quantidade de escritores conversando com os leitores, autografando, fazendo amizade.

- Você incentiva a economia: Quando você compra um livro brasileiro, você movimenta uma cadeia que incluir muito mais do que o escritor. Editora, distribuidores, livrarias e uma infinidade de profissionais têm seus empregos movidos por essa indústria.

Na hora de escolher sua próxima leitura, dê uma chance a um autor nacional.

segunda-feira, 13 de março de 2017

4º FLAL - Festival de Literatura e Artes Literárias

Salve pessoal, tudo bem com vocês?

O posto de hoje é para divulgar o 4º FLAL - Festival de Literatura e Artes Literárias que irá acontecer online e sem nenhum custo para os participantes.

Serão 10 semanas temáticas, com início em 01/04/2017 e término em 11/06/2017.


Veja abaixo o conteúdo específico de cada semana:

1ª Semana - 3 à 8 de abril - Literatura Infantojuvenil

2ª Semana - 10 à 15 de abril - Terror - Lobisomens - Vampiros


3ª Semana - 17 à 22 de abril - Poesias - Outros gêneros literários

4ª Semana - 24 à 29 de abril - Poesias - Outros gêneros literários

5ª Semana - 1 à 6 de maio - Mistério - Suspense - Policial

6ª Semana - 8 à 13 de maio - Contos - Humor - Fanfic - Chic Lit - Ação - Aventura - Épicos - 
Coletâneas - Antologias - Artes Literárias

7ª Semana - 15 à 20 de maio - Literatura Erótica

8ª Semana - 22 à 27 de maio - Ficção Científica - Literatura Fantástica - Fantasia

9ª Semana - 28 de maio à 3 de junho - Romance - Drama

10ª Semana - 5 à 10 de junho - Romance - Drama

Para participar e ficar informado sobre tudo o que está acontecendo, basta se inscrever no evento: https://www.facebook.com/events/1882855601936542/

Mas, o que vai rolar nesse evento afinal?

Em primeiro lugar, terá a presença de muitos, MUITOS, escritores brasileiros. Eles estarão no evento concedendo entrevistas, participando de discussões e bate-papos. É a sua chance de conversar diretamente com o seu escritor favorito e saber mais sobre o trabalho dele.

Também haverá concursos de contos e poesias, com voto popular e sorteio de brindes entre os participantes,

Entre já no link: https://www.facebook.com/events/1882855601936542/ e clique em "participar", depois convide os seus amigos também.



Mas você quer saber quando e onde irá me encontrar por lá, certo? então anota aí:

Dia 03/05/2017 às 15:00 h. vai ao ar entrevista com Dan Folter. Selecionarei e responderei 10 perguntas feitas pelo público durante a semana de Mistério - Suspense e Policial onde falarei principalmente sobre "O Mistério de Boa Esperança"

Dia 13/05/2017: 17:30 às 18:50 horas -Bate papo com Dan Folter Estarei durante mais de uma hora num bate papo com os leitores falando principalmente sobre os contos que já publiquei. Vejo vocês lá!

Não esqueça de se inscrever: https://www.facebook.com/events/1882855601936542/

Dan Folter!

segunda-feira, 6 de março de 2017

Resenha - O oceano no fim do caminho - Neil Gaiman

Meus caros desinformados!
Hoje tem resenha. E o livro escolhido foi "O oceano no fim do caminho" escrito pelo escritor britânico Neil Gaiman.
Se o nome não lhe diz muito, ele é a mente por trás de obras como Sandman e Deuses americanos.

Capa:

Uma capa bastante bonita e que retrata bem o que teremos na obra: uma viagem daquelas!

Sinopse: Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos.
Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.

Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.

Dados Técnicos: 2013, 208 páginas, Editora Intrínseca, Neil Gaiman.

Resenha: O Oceano no fim do caminho nos leva a uma obra de fantasia, campo amplamente dominado por Neil Gaiman e lá acompanhamos um homem revisitando um momento bastante complexo de sua infância.
Tudo começa quando ele visita uma propriedade que ficava ao final da rua onde morava. Lá vive uma família composta por três mulheres e lá existe um lago.
Sentado à beira desse lago ele se lembra de incríveis aventuras que se sucederam após um homem suicidar-se numa estrada próxima e trazer ao mundo uma perigosa entidade.

Inocente: Narrado pelos olhos ingênuos de um menininho de oito anos, o livro torna verossímeis fatos totalmente impossíveis como um lago muito maior por dentro do que por fora (alô Tardis) e criaturas de outro mundo convivendo em meio ao nosso.
Essa técnica deixa toda a ficção do livro aberta à interpretação do leitor: Quer acreditar? Acredite! Prefere achar que tudo foi fruto da imaginação de um garotinho que adorava ler e tinha problemas com a governanta? também pode.

Sem reviravoltas: O Oceano no fim do caminho é uma história bastante linear, mesmo se passando inteira em um flash-back. Sua fórmula é bastante simples, assim como o seu final. Se você estiver esperando por uma história mirabolante, pode ser que se decepcione um pouquinho.
Apesar disso é um livro bastante interessante, com personagens cativantes, boa descrição de cenário e nenhum erro na trama.

Tradução deixa a desejar: A versão por mim lida, feita pela editora Intrínseca continha erros de português, digitação ou tradução em quantidade um pouco acima do normal para esse tipo de obra. Isso não desonera a obra original, mas mostra que a economia de custos também chegou aos best-sellers e isso é bastante preocupante.

Nota: Um bom livro, com uma história interessante e "bonitinha". Merece ser lido, mas não é aquele livro que mereça ser passado à frente dos outros. Nota 4 pelo original, mas 3,5 para a versão traduzida.

E você, leitor? Já leu O oceano no fim do caminho ou outras obras do autor?
Gostou desta resenha?
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quarta-feira, 1 de março de 2017

Crônica - Expectavivas

Você já parou para se perguntar o que é a felicidade. Qual o sentido da vida?

Essas perguntas têm atormentado a humanidade por gerações, mas encontrei uma definição bastante simples para a tal felicidade:

"Ser feliz é conseguir aquilo que se quer!"

Pode parecer muito simplista, mas vamos exercitar:

Para alguns a felicidade é um celular novo, um carro importado, conquistar a pessoa amada. Para outros pode ser uma roupa usada ou um prato de comida.

Isso me faz pensar se o que nos faz infelizes não seja a nossa expectativa. 
Sabe quando falam tanto de um filme que vai sair, o famoso "hype", e nós vamos ao cinema esperando aquela obra que vai mudar a nossa vida? Normalmente saímos decepcionados do cinema porque aumentamos demais as nossas expectativas.

Já parou para perceber como a Disney e suas histórias arruinaram a vida amorosa da maioria das pessoas? Todos esperamos por príncipes e princesas, mas nos deparamos com pessoas normais, com qualidades e defeitos.

Nossas vidas foram estragadas pelos "felizes para sempre"

Para ter uma vida mais satisfatória, talvez devêssemos nos portar como os animais. Um cão explode de felicidade toda vez que seu dono chega, enquanto um familiar diz um "oi" atravessado enquanto olha a tela do celular.

Um passarinho se regozija numa poça d'água enquanto reclamamos da temperatura do chuveiro. Porque a expectativa criada na "sociedade perfeita" diz que nossas casas precisam ser enormes, cheias de tecnologia e, provavelmente, difíceis de limpar...

Não é conformismo. Agradeça a Deus pelo que recebeu e não lute por por mais nada. É diferente disso. É mais como: Enquanto luta para conquistar mais, seja feliz com o que já possui!"

Vamos exercitar as expectativas mais baixas, e, quando as conquistas vierem, seremos muito mais felizes com isso.

OBS: Se você não reconheceu a imagem, é a capa de Led Zeppelin IV, um álbum que me faz feliz ao ouvir.