sexta-feira, 30 de junho de 2017

Resenha - Wayne de Gotham - Tracy Hickman

Capa:

A capa foi feita para ser chamativa e apela para um símbolo bem conhecido. É um livro para fãs de Batman

SINOPSEPor trás de toda máscara existe um homem de verdade. Ainda criança, Bruce Wayne testemunha o assassinato dos pais – e o mistério sobre o motivo o impulsiona a fazer uma busca pelo seu passado. É quando descobre um diário secreto de seu pai Thomas, um médico rebelde que parece finalmente revelar o seu lado obscuro. Sua identidade é seriamente abalada quando um convidado levanta, inesperadamente, questões sobre o evento que acabou com a vida de sua amada mãe e seu admirável pai – caso que provocou para sempre sua vontade insaciável de proteção e vingança. Para descobrir a história real da família, Batman precisa confrontar o antigo inimigo, como o perverso Coringa, seu próprio mordomo Alfred, além do passado que assombra o Asilo Arkham, para assumir o novo fardo de um legado sombrio. Muito mais próximo dos filmes de Burton e Christopher Nolan e das HQs de Frank Miller do que dos seriados de TV dos anos 1960. Um olhar imaginativo sobre o lado humano do icônico super-herói criado por Bob Kane.


DADOS TÉCNICOS: 2013, 270 páginas, Editora LeYa, Tracy Hickman

RESENHA: Wayne de Gotham é, como o próprio nome deixa claro, uma história do Batman, mas qual versão do homem morcego encontramos aqui?
Encontramos um Batman um pouco mais velho, bastante ranzinza, solitário e soturno, indo de encontro às versões mais modernas do personagem, tanto no cinema quanto nos quadrinhos.

HISTÓRIA: O autor utilizou uma trama acontecida no passado para motivar a história atual. Acontecimentos que envolve o falecido pai de Batman, Thomas Wayne, por esse motivo, somos apresentados a vários detalhes sobre tomas, desde sua mais tenra infância até o período em que ele é um médico recém formado e começa a administrar o conglomerado herdado da família.

BAT-ARMADURA: A  bat-roupa, como o autor nomina é praticamente uma armadura, como nos filmes de Tim Burton, algo que não me agrada muito, já que prefiro o morcego como uma figura ágil e silenciosa e não uma versão da DC do homem de ferro. O autor passa algum tempo descrevendo as tecnologias de blindagem, as facilidades do capuz e o grande perigo para o maior detetive do mundo é acabar a bateria...

DISTRAÇÕES: A história no presente apresenta elementos que parecem ter sido inseridos na trama apenas para distrair o morcego e o próprio leitor. Parece um recurso narrativo, mas alguns desses itens acabam ficando sem explicação. Inimigos tradicionais do morcego (não citarei quem para não dar spoiler) aparecem do nada e nem todos eles acabam sendo bem explicados.
Você chega ao final da história e se pergunta por que raios tal personagem apareceu? Uma tentativa de fã service? Sinceramente não funcionou muito bem.


TRAIÇÕES, REVIRAVOLTAS E FINAL: O autor se arriscou bastante ao envolver Thomas Wayne, Martha Wayne e até mesmo Alfred numa trama que mostra como esse pessoal não é tão santinho quando se pensava. É o tipo de coisa que vai empolgar alguns leitores e enfurecer outros.
Mas para o final, temos algumas reviravoltas e surpresas que elevam a percepção do leitor em um final que podia ser mais empolgante.

AVALIAÇÃO: Wayne de Gotham peca pela falta de ritmo e por mostrar um Batman dependente demais da tecnologia. O lado detetive também podia ser melhor explorado.
Os flash backs tomam metade do livro e se demoram bastante até trazerem algo realmente relevante.
É uma obra destinada para quem já tem conhecimento da mitologia do personagem, já que o tempo todo aparecem personagens e vilões que um leitor de primeira viagem não vai conhecer e terá sérios problemas de entendimento.
A nota é 3,5. Um livro interessante, mas com problemas de ritmo e uma versão do Batman que pode não agradar a todo mundo.


E você leitor? Já leu Wayne de Gotham ou algum outro livro com personagens oriundos de quadrinhos?
Então deixe seu comentário abaixo.

Abraço

Dan Folter

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Crônica - Positivismo é irritante

Ser positivo é uma coisa boa, certo?

Diz uma certa teoria que os pensamentos tem a capacidade de atrair energias semelhantes, sendo assim, ao vibrar em boas energias, podemos trazer a nós as benesses desse mundo.

Apesar do meu ceticismo quanto à essas teorias, acredito que não há problema em vibrar positivamente, a questão é quando isso é feito de forma exagerada, não-natural.

Tomemos o caso de uma certa empresa e seu departamento comercial: Alguém achou uma boa ideia que o "bom dia" aquele cumprimento cordial de nossas manhãs precisasse ser dado aos gritos.

Isso mesmo. A pessoa que acaba de chegar ao recinto berra com todas as suas forças, assustando todos os seres vivos no raio de um quilômetro.

Me imagino trabalhando nesse departamento e chegando naquele dia meio ruim, aquele pequeno mal humor que passa rápido e sendo recepcionado com uma histeria coletiva de "bom dias"

É esse mesmo positivismo que vejo em algumas pessoas ditas "espiritualizadas". São aquelas pessoas meio "bicho-grilo", que não fazem mal a ninguém, é verdade, mas que enxergam qualquer coincidência como uma obra divina que, necessariamente, irá nos levar a um lugar melhor.

É algo como: Veja! estamos ambos de verde e, como verde é a cor da esperança, o nosso dia será uma maravilha!

Me imagino entrando naquele ônibus lotado as sete da manhã e abordando todas as pessoas que estão com a mesma cor de roupa, apenas para comunicar-lhes que vibramos na mesma energia e todos teremos um dia espetacular.

Talvez os deputados deveriam ir ao plenário todos com a mesma cor, acenderem um incenso de citronela e ler um livro de auto-ajuda no palanque. Isso sim resolveria os problemas do Brasil.

Acredito que a felicidade é um estado temporário, assim como a tristeza. Se você vive em constante positivismo, deixa de comemorar quando algo bom realmente lhe acontece e acaba por não perceber a diferença, vivendo num constante estado de torpor auto-induzido.

Para compreender melhor sobre o assunto, sugiro que assistam à excelente animação "Divertidamente" (Inside out) lançada em 2015.

Desejo um bom dia (falado em tom baixo, porém sincero) para todos vocês que leram até o final.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Antologia Amor sem limites - Mande seu conto

Olá Desinformado!



Se você também gosta de escrever, tem uma boa chance na antologia Amor sem limites organizada pela escritora Cris Magalhães e onde estarão participando outros escritores como eu.



Quer saber mais? Então confira o post original



Antologia Amor sem limites: crys e fantasia



Abraço



Dan Folter!

terça-feira, 20 de junho de 2017

Projeto Pegaí leva cultura grátis para a população.


Muitas vezes reclamamos das dificuldades culturais em um país como o Brasil. O número baixo de leitores, os downloads ilegais, a preferência pelos autores de fora em detrimento dos nacionais...

Mas o que estamos fazendo para mudar isso? Reclamar da incompetência dos nossos governantes sentados no conforto dos nossos sofás não mudará muita coisa.

Esse foi o sentimento que tive ao conhecer o professor Idomar Cerutti. Ele me apresentou ao projeto Pegaí, que leva literatura para as pessoas de forma gratuita.


O projeto criado em 2013 na cidade de Ponta Grossa, Paraná tem como objetivo difundir o hábito da leitura oferecendo livros em locais públicos para a população. Funciona como uma biblioteca pública, mas sem a burocracia e a elitização que esse modelo carrega.

Em pontos espalhados pela cidade, os leitores podem pegar e levar para casa os mais diversos livros. Depois basta devolvê-los nos mesmos pontos de forma simples e rápida.

Os livros utilizados são obtidos através de doações, uma vez que o projeto é inteiramente sem fins lucrativos e gerenciado por voluntários.

Enviei para o projeto dois exemplares de "O Mistério de Boa Esperança" que espero sejam bem aproveitados pela população da cidade e das cidades vizinhas, já que o projeto está crescendo.


Se você quer saber mais sobre o projeto, acesse a página oficial http://www.pegai.info/ e se você tem livros e deseja doá-los para o Pegaí, entre em contato através do e-mail contato@pegai.info

Vamos divulgar essa iniciativa e torcer para que surjam outras pelo Brasil. Todo mundo sai ganhando!

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Resenha - O pálido véu do pecado de Leandro Zerbinatti de Oliveira

Olá povo.

Vamos conferir mais uma resenha? É livro nacional e aposto que poucos de vocês o conheciam.

O pálido véu do pecado de Leandro Zerbinatti de Oliveira

Capa:

A ideia da capa me parece muito boa, embora a execução não tenha saído tão interessante. Falta contraste aos elementos, pois tudo ficou muito cinza e branco. Apesar disso, representa bem a história.

SINOPSEHá incontáveis gerações, uma maldição caiu sobre o mundo. Ela foi contida por uma brava guerreira, mas não erradicada, de modo que, ao final de cada era ressurge para assolar a humanidade.
Para enfrentá-la, a salvadora original criou uma ordem sagrada que, chegada a hora, se incumbiria de enviar uma nova salvadora para conter o mal.
Dessa vez, a escolhida é Sivrinn. Na companhia de sua guardiã, ela deverá trilhar um caminho repleto de perigos e provações, que a conduzirão até a origem da maldição, onde deverá tomar uma decisão para a qual treino algum a preparou.
O trajeto, porém, apresentará desafios e verdades que ela sequer imaginava possíveis. O mal e a loucura se manifestarão em locais inesperados, revelando suas facetas mais grotescas. No fim, Sivrinn perceberá que nem sempre as escolhas podem levar a uma consequência benigna.


DADOS TÉCNICOS: 2016, 125 páginas, Independente, Leandro Zerbinatti de Oliveira

RESENHA: O pálido véu do pecado conta a história de uma mulher destinada a salvar o mundo quando uma maldição tomar conta de tudo. Para isso ela vive em uma ordem religiosa onde aprenderá tudo o que precisa saber para deter a maldição e onde se manterá pura (virgem) para a missão.

Sivrinn, também chamada na história de peregrina é ajudada por outra personagem bastante importante: sua guardiã Kraithia. Ela é especialmente treinada em luta e sua missão é defender a peregrina.

HISTÓRIA BEM CONTADA: O autor se saiu muito bem ao não revelar os detalhes da história muito rapidamente. Sabemos apenas que há uma maldição e que a peregrina precisa acabar com ela, mas não recebemos muita informação, o que funciona muito bem para despertar a curiosidade do leitor.

CHECK POINTS: A peregrina conta com uma ajuda bastante interessante em sua jornada. Sempre que encontra um tipo específico de estátua pelo caminho, ela pode executar um ritual que a permitirá renascer a partir daquele ponto em caso de morte. Um conceito que lembra muito o utilizado nos video games, mas que o autor soube usar muito bem na história.

REVIRAVOLTAS E FINAL: A história acaba por nos trazer explicações de como a maldição surgiu e porque a peregrina é a única que pode desfazê-la. Também nos mostra que existem outras como ela tentando realizar a mesma missão e termina de uma forma bastante surpreendente.

AVALIAÇÃO: O pálido véu do pecado é uma boa história, que prende a atenção do leitor, anda no tempo certo e tem um final bastante interessante.
Peca pelos problemas comuns a obras independentes como pequenos erros de revisão, mas que de forma nenhuma prejudicam a leitura.
Leva uma nota 4 no Skoob e fica a curiosidade para mais obras do autor.


E vocês, já leram esta ou outras obras do Leandro? O que acharam?
Deixem seus comentários aqui:

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Resenha - Lenço Vermelho de Nuccia de Cicco

Olá meus caros leitores.

Hoje tem uma resenha diferente de todas já postadas aqui. Isso porque o conto resenhado é erótico.

Muitos que nos acompanham talvez não saibam, mas estórias eróticas não costumam fazer o meu gosto pessoal. Apesar disso, acabei lendo esse por se tratar de uma autora parceira e amiga, a Núccia de Cicco.

Vamos para a resenha?

CAPA: 

Ao contrário de muitas capas do estilo, que apelam para a nudez parcial ou total como chamariz de venda, Lenço Vermelho ganha pontos por passar uma boa ideia da história, entregar o estilo e não ser apelativa. Ponto para a obra!

SINOPSEEm meio ao caos de uma guerra, eles se encontraram. Porém, ela nunca soube como era sua fisionomia, pois em todos os seus encontros devia usar uma venda. Cada encontro é intenso e cheio de prazer e essas sensações poderiam se estender por anos se ela já não estivesse cansada desse mistério todo. Uma decisão que pode mudar tudo.


DADOS TÉCNICOS: 2017, 19 páginas, Independente, Nuccia de Cicco

RESENHA: Uma mulher ruiva caminha pelas ruas de uma cidade em guerra. Ela tenta passar despercebida, mas seu biotipo a destaca na multidão. Apesar de não estar claro qual país ou guerra, o cenário criado em minha imaginação foi o da segunda guerra mundial e o país, França.

Levada pelas nuances da vida, ela acaba por conhecer um homem misterioso com quem vive aventuras amorosas rotineiras, desde que use uma venda para que não saiba a identidade de seu amante.

Sem dar muitos spoilers, posso dizer que o livro me trouxe uma boa leitura, pois a autora soube descrever as cenas com elegância, mesmo as mais quentes. O bom gosto na escrita fez com que o erotismo não fosse a razão única da história, mas uma parte importante dela.

Ao final, a tão esperada revelação de porque a moça precisava utilizar o lenço é bastante convincente, apesar de que alguns leitores podem preferir não ter feito essa descoberta.

Um conto competente, com uma história envolvente e um final bem planejado. Leva nota 4 no skoob e a recomendação para a leitura por qualquer fã de literatura e não apenas aos do gênero erótico.

domingo, 4 de junho de 2017

Resenha - Neo Nefelins (segredos revelados) de E.F. Costa

Olá Pessoal.
Estamos em férias do trabalho, mas o blog não para. E como avião é um convite para a leitura, vamos ter algumas resenhas chegando rapidinho. A de hoje é sobre o livro digital Neo Nefelins (segredos revelados) do autor brasileiro E.F. Costa.

CAPA: 

A capa, apesar de bonita e de contar com elementos que remetem à história acabou por me passar uma ideia errada. Mas aviso que o problema foi de entendimento da minha parte.
Os olhos grandes e o nome do personagem principal me lembraram lobos, então achei que a mitologia retratada tivesse algo a ver com lobisomens...


SINOPSESeria legal ter outra vida? Obter poderes sobrenaturais para fazer coisas incríveis? Willem Fenrir vivia sua vida de estudante e sonhador sem maiores preocupações do que as de sempre. Amor não correspondido, falta de dinheiro para fazer o que quer, entre outros dilemas... Tudo começa a mudar quando ele descobre ser filho de um ser espiritual com grande influência no mundo. 

Willem descobrirá nesta jornada quem são os Nefelins, a oculta Guerra Espiritual, seus Dons e Poderes sobrenaturais, bem como seu destino. Qual escolha ele irá tomar? Reinar secretamente sobre os humanos ou defende-los? Descubra acompanhando essa aventura! 

DADOS TÉCNICOS: 2016, 388 páginas, Independente, E.F. Costa

RESENHA: Willem Fenrir (ainda acho esse sobrenome meio de lobisomens) é um menino normal de primeiro ano do segundo grau na pacata cidade de São Estevão.
Ele faz o típico modelo de adolescente que não se encaixa na sociedade, até que, num lindo dia descobre que tem poderes sobrenaturais.

Essa descoberta é feita na forma de uma carta que ele e alguns colegas de colégio (inclusive a namorada) acabam recebendo.

Descobrimos então que eles são Nefelins. filhos de anjos e humanos, destinados a trazer o balanço de volta ao nosso mundo. Para fazer isso eles precisarão lutar contra humanos possuídos por anjos caídos (demônios) assim como os próprios anjos do mal.

PASSAGEM DO TEMPO: O Autor encontrou uma forma de acelerar o treinamento do grupo. Eles vão para um lugar onde o tempo passa bem mais devagar do que em seu mundo natal e passam cerca de dois anos lá dentro.
Quando retornam estão mais velhos, algo que seria facilmente notado pelos colegas e professores, apenar disso, todos parecem não perceber a diferença.

MITOLOGIA ANGÉLICA: Se você já leu a batalha do apocalipse ou outra obra do "Spohrverso" sabe do cuidado que ele teve ao descrever como cada classe de anjo funciona, chegando até a ser repetitivo. Em neo nefelins, acontece o contrário. O autor explica muito pouco e fica difícil entender como as coisas realmente funcionam.
Sabemos que os nefelins foram projetados para servirem ao lado escuro da força, mas não se sabe como eles podem ser mais fortes que os anjos, se tem apenas uma parte dele.
O autor traz um conceito energético chamado "sephiroth" para explicar, mas, para mim, ficou bastante confuso.

MEIO MANGÁ: As lutas são bem descritas, mas as transformações sofridas pelos personagens principais, assim como as armaduras que eles usam a partir de certo ponto, me fizeram lembrar bastante de alguns animes e mangás, principalmente cavaleiros do zodíaco. A diferença é o uso de espadas e até armas de fogo.
Eles também ficam com cabelos e unhas maiores ao se transformarem, outra influência bastante japonesa, ao que parece.

EVOLUÇÃO DE VIDEO GAME: Tomando cuidado para não dar spoilers, o livro acaba tendo uma sequência que lembra um jogo de video game, com o nível de dificuldade das missões e dos "chefes de fase" sendo elevado de forma gradual até o embate final.

DUALIDADE QUE NÃO FUNCIONA: O autor promete durante toda a história, a existência de um embate entre o bem e o mal dentro do protagonista. Mas essa promessa acaba passando longe de ser cumprida e sentimos que toda a ameaça acabou sendo para nada.

CANSATIVO: 388 páginas acabou sendo muito para um livro de fantasia sem muita novidade. Dá para perceber que o autor sabe escrever e tem uma boa história em mãos, mas ela precisa de uma edição qualificada para cortar esses excessos e de uma revisão cuidadosa para se transformar em livro impresso.

MEDIANO:  Fica com 3 estrelas de 5 possíveis. Leia somente se você gosta bastante de fantasia Young Adult.