segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Resenha - Pseudônimo Mr. Queen de Loraine Pivatto

Capa:



A capa não ajuda a criar interesse na história. É demasiadamente simples e não atrai o leitor.

SINOPSEO ano é 2012,
Dia 21 de dezembro,
E a temida profecia maia acaba de se cumprir.

Cidades devastadas,
Ruas vazias,
A população mundial bruscamente reduzida,
E a história dos sobreviventes começa a ser contada.

Os escolhidos iniciam um novo mundo, baseado nas novas regras passadas através dos sonhos.

Agora serão 2 vidas: 
A primeira até os 70 anos,
A segunda, a partir dos 20 e até os 100.
150 anos no total.
Nenhum segundo a mais.

A nova sociedade começa a surgir:
Sem desigualdade,
Sem dinheiro,
Sem doenças,
Sem possibilidade de mortes prematuras,
Exceto por uma maneira.

Uma única maneira de morrer, mas que não pode ser revelada.
Um segredo que precisa ser guardado.
Para salvar a sociedade de si mesma.


DADOS TÉCNICOS: 2015, 404 páginas, Edição do autor para divulgação, Loraine Pivatto

LINKS PARA COMPRA: Amazon

RESENHA: Pseudônimo Mr. Queen chegou às minhas mãos de maneira inusitada e, devo dizer, extremamente criativa. A autora me contatou pelo Skoob e disse que me mandaria o livro sem nenhum custo desde que eu me comprometesse a fazer uma resenha e enviar o livro para outro leitor segundo instruções dela.
Devo parabenizar a Loraine pela ideia. Enquanto meu livro, comercializado pelos meios convencionais, chegou a apenas 40 leitores na rede, o dela já passou de 800. Claro que não há lucro monetário para a autora, mas ela apostou em construir um nome com esta obra e depois, tentar voos mais altos.

BOAS IDEIAS: Além do marketing eficiente, a sinopse do livro é extremamente interessante. Uma distopia onde o fim do mundo aconteceu em 2012 e sobraram poucas pessoas para reconstruir tudo.
Ao mesmo tempo uma utopia, já que a nova sociedade, ao contrário do que se imaginaria, está perfeitamente organizada e definida por alguém.

MÁ EXECUÇÃO: A própria autora classifica o livro como "ficção especulativa", o famoso "e se...?" mas esse tipo de ficção exige que uma série de explicações sejam dadas ao leitor para funcionar.
Logo no começo, nos deparamos com a personagem Regina, uma das sobreviventes e é através dela que entendemos como esse mundo novo funciona.
As pessoas não podem mais morrer, não existe dinheiro entre outros detalhes, porém não há uma explicação sobre o que aconteceu com o mundo...

Quem ou o que foi responsável pelo final da sociedade?

Quem inventou as novas regras e com que objetivo?

Você vai até o final do livro e não encontra resposta para essas perguntas.

INVEROSSÍMIL: São Paulo é uma cidade de milhões de pessoas e, assim como no resto do mundo, sobraram apenas alguns gatos pingados. Era de se esperar uma batalha pelos recursos mais simples, como comida, mas, estranhamente, as pessoas desse novo mundo possuem carros, celulares, roupas e comida em abundância.
Se sobraram apenas algumas pessoas, quem fabrica esses bens de consumo? Como o shopping center pode estar cheio?
Infelizmente, a autora não responde nenhuma dessas perguntas e assim não há suspensão de descrença que sobreviva...

MUITOS PERSONAGENS: A autora usou quatro gerações de personagens para contar sua história. O resultado disso é que, quando começamos a nos interessar por Regina, ela é substituída pela neta e os conflitos que pareciam ter importância, são deixados para depois ou esquecidos. São tantos personagens que o cachorro da família apresentado no início é deixado de lado e só sabemos o que aconteceu com ele no final do livro.
É também no final que entendemos porque ela colocou tanta gente na história, já que cada um contribuiu com um pouquinho, mas isso inchou demais e história e inviabilizou ao leitor criar uma conexão com as personagens.

MISTÉRIOS INTERESSANTES: A parte boa do livro vai para a trama envolvendo o personagem que lhe dá nome. Apesar de ele demorar muito para aparecer, nos fazendo questionar a escolha de nome para a obra, quando o faz, acaba nos colocando numa trama interessante, muito bem amarrada e com revelações surpreendentes.
Graças à essa parte, você esquece um pouco dos problemas com a estrutura do mundo e começa a virar mais páginas.

Já o mistério sobre a única forma de morrer, não me convenceu, principalmente porque não nos é explicado porque os organizadores dessa nova sociedade a fizeram desse jeito. Foram aliens?, deuses ou tudo não passou de um sonho? 

CRÍTICA SOCIAL FERRENHA: A outra parte positiva vai para como a autora mostra um ser humano que, mesmo com tudo na mão, começa a criar problemas, burla as regras, compete por prestígio e arruína relações.
Isso exigiu da autora uma série de explicações e o desenvolvimento de um sistema complexo de classificações, porém imprescindível para a trama.
O livro também conta com um vilão de respeito, com motivações inteligentes e planos maquiavélicos.

FALTOU EDIÇÃO: A obra que chegou às minhas mãos mostra que a Loraine é como tantos outros autores nacionais. Tem ótimas ideias nas mãos, mas precisa da ajuda de outros profissionais para transformar essas boas em ideias em produtos adequados para o mercado.
Um editor profissional ou um leitor crítico teriam percebido essas falhas e ajudado a autora a corrigi-las antes de colocar o produto no mercado.
Eles provavelmente cortariam cerca de 100 páginas da obra, deixando apenas as partes realmente boas, já que a autora escreve bem e quase não há problemas de português no livro.
Até mesmo as escolhas de capa e nome poderiam ser revistas caso este trabalho fosse publicado de forma mais profissional.

CONCLUSÃO: Pseudônimo Mr. Queen é um aglomerado de ótimas ideias com uma execução aquém do merecido. Apesar disso, ele colocou o nome da autora nas cabeças de muitos leitores e pode ser uma porta de entrada digna para uma carreira literária consistente.
Nota 3 no skoob porque o resultado é bom, mas podia ter sido tão melhor...

E você leitor, já sabia alguma coisa sobre esse livro, autora ou sobre esse modelo de publicação?
Deixe sua opinião abaixo e vamos discutir literatura!

Abraços
Dan Folter

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Resenha - Minha lista de coisas para viver de Ana Luiza Medeiros

Capa:



A capa, com uma carinha de chick lit, é bonita, bem organizada e passa razoavelmente bem a ideia do que será encontrado na história.

SINOPSEAlba é uma escritora iniciante que quer mais do que tudo no mundo ser reconhecida como tal, mas o mundo editorial não é nada fácil, e mesmo trabalhando sobre as asas de uma das melhores editoras do país, seu desafio é tornar sua escrita interessante o bastante para ser publicada. Mas como? 

Com a ajuda de um novo amigo muito experiente no assunto, (cheio de segredos e com olhos verdes de arrasar o quarteirão...) e seus amigos malucos o bastante para encarar qualquer aventura, ela aceita o desafio lançado que promete revolucionar a qualidade de sua escrita. Cumprir uma lista de experiências de vida para quebrar a rotina com grande estilo! 


DADOS TÉCNICOS: 2016, 266 páginas, Editora Casa do escritor, Ana Luiza Medeiros

LINKS PARA COMPRA: Para adquirir sua cópia, digital ou física, acesse o site oficial da autora: https://analuizamedeiros.com/

RESENHA: Minha lista de coisas para viver conta a história de Alba, uma revisora e analista de originais em uma grande editora que sonha em publicar o próprio livro.
O problema é que a sua chefe, uma profissional altamente gabaritada, lhe disse que o livro não é bom o suficiente para ser publicado, deixando-a numa mistura entre a revolta e o desânimo.
O livro, narrado em primeira pessoa, irá mostrar as aventuras de Alba, numa tentativa de ter uma vida mais interessante para que isso reflita em suas histórias.

LISTAS. MUITAS LISTAS: Alba possui uma mania de organização e a faz utilizando-se de listas. No celular, no computador ou coladas na geladeira, as listas são uma forma de se manter em dia com as obrigações e, ao mesmo tempo, coletar pequenas recompensas ao riscar os itens. Elas serão o fio condutor da trama.

UM ROMANCE: A vida de Alba mudará quando ela conhecer Padú, alguém muito diferente dela e se apaixonar por ele.
Não há muito a se comentar aqui além do óbvio, exceto por um segredo que o homem segura durante toda a história e, pasmem, não é explicado direito no final. A autora cria um problema de confiança entre o casal, mas não fecha bem a situação.

AUTO-AJUDA? A "lição de moral" por trás da obra é algo do tipo: "viva mais experiências", "não trabalhe tanto", "esteja com seus amigos e família" e coisas desse tipo, sendo o motivador para Alba fazer uma lista de coisas que precisa viver para depois correr atrás de realizar esses itens. Acaba parecendo um livro de auto-ajuda em alguns momentos.

SEM SAL: Apesar de contar com passagens interessantes e até divertidas em alguns momentos, o livro prima por uma narrativa que não conseguiu me causar muito interesse.
Desde o começo da obra, ficamos sabendo que o final será o de uma comédia romântica, apesar de autora ter conseguido fugir de uma pequena parte do óbvio, embora insuficiente para causar uma grande surpresa.

GIRO DE 360 GRAUS? A literatura brasileira carece de revisores. Mas o serviço caro leva a maioria dos autores independentes ou semi-independentes a realizarem revisões próprias ou com pessoas despreparadas para a função. Apesar de a obra não apresentar problemas de revisão em geral, chamou demais a atenção a descrição em que tal personagem deu um giro de 360 graus e mudou completamente a sua vida.
Apesar de não ser algo que estrague a experiência ou desmereça a obra, mostra como o nosso mercado precisa amadurecer.

AVALIAÇÃO: Minha lista de coisas para viver é um livro bem estruturado e bem escrito, mas que não encanta. Falta aquela pimentinha para dar um pouco de sabor.
Também está longe de ser um livro ruim, por isso fica na média e ganha 3 estrelinhas no Skoob.
Leia se gosta de cotidiano, romances chick lit e primeira pessoa.
Não leia se procura por algo mais intenso ou profundo.

E você leitor, já leu Minha lista de coisas para viver ou outras obras da autora? Qual sua opinião sobre elas? Deixe seu comentário abaixo:

Dan Folter

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Dan Folter na Bienal do Rio de Janeiro 2017

Olá desinformados!

Esta notícia já está confirmada a algum tempo, mas agora é oficial: Estaremos na bienal do Rio de Janeiro em 2017.


Se você visitará a bienal da cidade maravilhosa, dê uma passada por lá para pegar o seu livro autografado, tirar fotos, bater um papo ou apenas dizer alô.

Estaremos no estande da Chiado Editora - Pavilhão Verde - estande M05 no domingo, dia 3 de setembro ao meio dia.

Se você pretende ir ao evento, marque sua presença através do Facebook: Dan Folter na Bienal RJ 2017

Se não puder ir, então compartilhe com seus amigos leitores e ajude a literatura nacional a crescer.

Nos vemos lá!

Dan Folter

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Resenha - Pirados de Camila Martins

Meus caros desinformadoss.
Em primeiro lugar, me desculpem pelo hiato no blog, mas a correria com o trabalho, os estudos e a escrita tem tomado muito do meu tempo para ler e escrever.

De qualquer forma, vamos curtir mais uma resenha aqui do canal.

Capa:



A capa, apesar de bonita e chamativa, não é de fácil leitura à primeira vista. Mas elementos importantes da obra estão presentes e podem ser reconhecidos melhor após a leitura.

SINOPSEBarbara sabe que não é normal. Ela reconhece que sua possessividade a impede de muitas coisas. Apesar disso, ela conta com uma melhor amiga, Nanda, que desde a infância a acompanha e a ama como uma irmã. . 
O tempo passa e tudo parecia tranquilo, até ressurgir um certo alguém do passado:
Eduardo que convive, desde que se entende por gente, com um transtorno obsessivo por organização. Ele gosta de ver tudo em seus devidos lugares e confere até os milímetros. Ele quer melhorar, quer ser menos problemático, mais inteiro e tem na bagagem uma vida solitária, apesar de nunca ter ficado só.
Ela quer tudo pra si. Ele quer tudo em seu lugar. Eles tem pendências que vêm da época da escola. O destino os reúne em um elevador. O que podemos esperar desse reencontro?


DADOS TÉCNICOS: 2016, 450 páginas, Editora Chiado, Camila Martins
RESENHA: Pirados (perfeitamente bagunçados) conta a história de Bárbara, uma mulher com problemas para se relacionar com outras pessoas devido à sua possessividade e Eduardo, um homem com mania por arrumação, o famoso TOC. E do romance que surgirá (ou não) entre eles.

COMEÇO DIVERTIDO: Os primeiros capítulos de Pirados conseguem fisgar bem o leitor, graças ao interessante perfil dos dois personagens principais e de alguns coadjuvantes. Esses personagens não são nada bidimensionais e carregam bem a história. Quando você vê já está interessando e passando as páginas.

PERSONAGENS: O ponto alto de Pirados é o desenvolvimento dos personagens, suas manias e problemas. O livro é todo escrito em primeira pessoa, alternando a narração, principalmente entre Bárbara e Eduardo, mas com alguma participação dos coadjuvantes também. Muitas vezes, um mesmo fato é narrado por mais de uma perspectiva, ajudando o leitor a entender o que realmente aconteceu, já que a primeira pessoa muitas vezes esconde os fatos, já que contém a opinião do personagem.

FALTOU CONFLITO: Pirados é uma história de amor e não se envergonha disso. O grande conflito da obra é se o casal irá terminar junto ou não, o que acaba ficando um pouco maçante entre o meio e o final da obra. As idas e vindas do casal, salvo por um acontecimento quase no final, não me convenceram de que algo daria errado.
Pirados também não tem um antagonista ou vilão. São as características dos próprios personagens que os impedem de conseguir o que querem. É bastante humano e verossímil, mas um pouco chato para quem lê.

AÇUCARADO: Não gosto de rotular livros e chamar Pirados de ChickLit seria ir por nessa onda, mas o livro é feliz em demasia. Todas as pessoas são boas, honestas e amorosas demais, sendo que as ações ruins são sempre enganos sem nenhuma má intenção. É uma obra para quem gosta de ler e fazer "aownnnn" o tempo inteiro.

MUSICAL: Uma parte bastante interessante da obra é a sua relação com as músicas. trechos de letras são muito bem aproveitados para mostrar como os personagens se sentem e permeiam várias das ações da obra. Bárbara tem até uma seleção de músicas para tomar banho.
Destaque para a lembrança da excelente banda "Nenhum de nós", um grupo de muito talento que não fez o sucesso que merecia.

AVALIAÇÃO: Pirados é aquele livro alegre, para quem quer uma obra divertida e de bem com a vida.  Não iremos avaliar a parte técnica pois a obra por nós lida é a versão que está no wattpad, antes de ser devidamente revisada e ganhar a versão impressa.
Leia se você gosta de romances, primeira pessoa e positivismo.
Não leia se procura por grandes discussões filosóficas, fantasia ou ficção.

Ganha nota 3,5 no Skoob. Um bom livro que deve lançar Camila Martins para a edição de outros materiais.


E você, desinformado? Já leu Pirados? O que achou da obra?
E o que achou dessa resenha?

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