Você tem preconceitos leitor?
Antes de responder que "não, de jeito nenhum", vamos refletir sobre o que é preconceito.
Muitas pessoas confundem discriminação (um ato imbecil) com preconceito que é apenas ter uma opinião formada à respeito de algo que não conhece muito bem.
Então todos nós temos preconceito sobre o planeta Marte, afinal não o conhecemos ainda, certo?
Dito tudo isso, posso passar ao livro que vamos avaliar hoje. O castelo das águias de Ana Lúcia Merege. O livro foi publicado pela editora Draco, conhecida por investir em autores nacionais de fantasia.
O primeiro obstáculo a se superar quando se pensa em ler o livro é: "É uma obra para meninas?" Confesso que ao olhar a capa me imaginei lendo um daqueles romances melosos em primeira pessoa onde apenas os sentimentos amorosos da protagonista são explorados. A autora parece ter antevisto essa possibilidade e, já no prólogo, tratou de colocar ação e fantasia para que o leitor saiba do que se trata.
Superado esse preconceito veio outro: "A protagonista chega a uma escola de magia" e o leitor imediatamente pensa "outro Harry Potter?" "Jornada do herói de novo?" Mas aí descobrimos que Anna não chega como aluna, mas como professora. Ufa! clichês e preconceitos superados, podemos falar da história que é o que interessa.
O castelo das águias é uma aventura. Gênero sufocado pelos rótulos que vieram depois. Vamos chamar de aventura fantástica então (nem sei se esse rótulo existe) e é contado em primeira pessoa pela visão de Anna, uma mulher que deixou sua casa no meio da floresta para ensinar magia em uma escola no meio da civilização.
O livro é interessante e a autora sabe cativar a curiosidade do leitor, fazendo-o querer ler mais para saber o que vem à seguir. Temos sim um romance, mas nada de meloso, na medida certa, temos vilões, heróis e bons coadjuvantes. Uma boa e divertida leitura.
Os pontos negativos vão para o excesso de personagens. As situações propostas exigiam que Anna conhecesse muitas pessoas e a autora acaba nomeando e descrevendo superficialmente cada uma delas. No final do terceiro capítulo você já ouviu falar de uns 30 personagens e não se lembra de metade.
Por sorte eles não são muito importantes e aqueles que tem papel relevante acabam sendo melhor descritos.
Não leia se você quer algo profundo, psicológico ou cheio de camadas. Não há viradas ou grande revelações.
Leia se você gosta de uma boa aventura, bem escrita e estruturada, com personagens interessantes. Leia também se você é um aspirante a escritor ou escritor iniciante pois verá como estruturar uma obra simples.
No skoob, ganhou 3 estrelas de 5. Não muda a vida de ninguém, mas diverte.
Um comentário:
Obrigada pela resenha! Espero que leia A Ilha dos Ossos e goste mais ainda. :)
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