Desde ontem acabei por me envolver numa daquelas discussões acaloradas do Facebook.
O tema era: o que mais te irrita ao ler uma história?
Respondi, assim como alguns outros usuários, que os erros crassos de português são capazes de estragar uma boa história para mim.
O autor da pergunta não se conformou com a minha resposta e entramos numa discussão sobre histórias boas mal escritas ou histórias ruins bem escritas.
Isso me fez refletir sobre a profissão escritor e sobre o contador de histórias.
O ser humano conta histórias desde que começou a falar, seja para explicar suas origens, narrar feitos heroicos ou a própria história da humanidade. Qualquer um pode contar uma história. Não é preciso ter conhecimento avançado de idioma nenhum, apenas conseguir se comunicar.
Uma criança mentindo para sua mãe sobre não ter quebrado um vaso já está, sem saber, criando histórias.
Agora, quando você passa a sua história para alguma mídia escrita, a coisa muda de figura. É necessário que outras pessoas sejam capazes de entender a sua mensagem e para isso você precisa escrever com competência. Se você coloca uma capa e chama de livro, você assume uma nova faceta, a do escritor.
Claro que erros acontecem. Por mais revisões que se faça, alguns errinhos podem passar. É chato, mas é perdoável. Na primeira edição do meu livro "O Mistério de Boa Esperança" fiz revisões repetidamente e não é que passou um erro logo na sinopse...
Cada vez que um leitor está com o meu livro em mãos tenho vontade de me desculpar porque um errinho passou.
Agora achar que uma história cheia de erros estruturais e erros de português básicos merece crédito é idealismo barato. Para se formar médico, engenheiro ou advogado são necessários anos de estudo, mas para ser escritor só é preciso um computador com Word?
A ferramenta do escritor é a linguagem. É obrigação de todo mundo que pretende se chamar escritor buscar a melhoria contínua. Existem cursos, livros, páginas e páginas na internet com dicas e material para quem quiser se aperfeiçoar.
Um livro mal escrito é como um filme com erros de continuidade, mal editado, cheio de chuvisco. É um livro ruim, sinto muito.
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