Prontos para a última resenha do ano??? É isso mesmo, 2018 já está acabando, mas ainda dá tempo de conferir o que achamos de Brilho do Sol de Roseli Magro.
CAPA:
Essa capa deixa a gente com vontade de ler o livro, não? Mais uma vez a editora Xeque-Matte mandou bem nessa parte.
SINOPSE: Brilho do Sol é o nome de uma cidadezinha nordestina onde acontece a história de João, um menino de oito anos, que mudou a história do sertão de tal forma que nunca mais esse lugar voltará a ser o mesmo.
No livro, a fome existe, é fato, e ela dói.
Mas é fato também que o amor existe e ele é a estrutura para a felicidade. O amor ou a falta dele se materializam no bem contra o mal, uma constante luta durante toda a narrativa. Qual vencerá?
DADOS TÉCNICOS: 2016, 159 páginas, Ed. Xeque-Matte, Roseli Magro
RESENHA: Brilho do Sol é o nome de uma cidadezinha no nordeste onde vive a família de Ana, Teovaldo e João. Ana trabalha em casa, cuida das crianças e ainda vende artesanatos. Teovaldo é cortador de cana. A vida é dura, mas eles se amam e usam esse amor para superar as dificuldades.
Eu poderia parar essa resenha por aqui, já que esse primeiro parágrafo explica bem o que é a essência da obra. O uso do poder do amor como uma força do bem para superar as dificuldades.
REALISMO MÁGICO: Brilho do Sol bebe da fonte do realismo mágico. E é na parte realista do livro onde estão as principais discussões.
A fome é o principal problema, mas a autora também usou essa parte para falar de vários assuntos que precisam ser discutidos como a mortalidade infantil, mas principalmente o papel da mulher na nossa sociedade.
Se nos grandes centros urbanos a vida é difícil para as mulheres, nos rincões do país, aqui representados pelo sertão, a coisa é muito pior.
Vítimas de estupros e outros tipos de violência, elas sobrevivem como podem.
A parte mágica vem do poder emanado por essa família, principalmente pelo menino João. Essa força, essa energia, é capaz de transformar as pessoas que entram em contato com essa família.
O BEM CONTRA O MAL: Desde a sinopse a autora já deixa claro que a história irá separar as pessoas entre boas e más. Isso vai um pouco contra o que se faz hoje em dia, onde as pessoas costumam ser representadas mais em tons de cinza, mas foi a opção da autora e ela seguiu isso na obra toda.
E o melhor lugar para se perceber isso é na antagonista da trama. Raimunda é uma mulher má.
Ela até tem motivos para essa maldade, mas parece ser a única pessoa "imune" ao amor daquela família e faz de tudo para destruí-los.
ESPIRITUALIDADE: A experiência de leitura de brilho do sol irá passar diretamente pela espiritualidade de quem lê. Se você é uma pessoa religiosa, principalmente da vertente cristã, irá se identificar bastante com a obra.
Mas se você é mais cético e anti-religião, a obra pode soar um pouco positivista demais, o que foi o meu caso.
A autora não tenha catequizar nem arrebanhar ninguém, porém utiliza conceitos que serão mais familiares para quem é mais espiritual.
A PARTE TÉCNICA: Brilho do Sol é o primeiro livro publicado pela editora Xeque-Matte no mercado, mas ainda assim tem boa qualidade. A parte gráfica é primorosa com capa, diagramação e muitos detalhes bastante interessantes e bonitos.
Mas ela peca pela revisão. E não me refiro aos diálogos escritos em dialeto, já que é o esperado, mas sim à narração que contém erros ortográficos aqui e ali além de algumas frases ambíguas e que exigem uma segunda leitura para entendimento (ou não).
CONCLUSÃO: Brilho do Sol é uma leitura rápida com uma história que faz bastante sentido e que levanta alguns pontos interessantes para a discussão. Vai agradar em cheio aos fãs do realismo mágico ou pessoas mais iniciadas em suas espiritualidades.
Nota 3,0 no Skoob, um bom livro.
Leia se você gosta de realismo mágico ou tramas espirituais e religiosas.
Não leia se você for cético ou avesso ao positivismo.
E essa foi a nossa última resenha de 2018, mas não o último post! Por isso continuem de olho nas novidades.
Abraços
Dan Folter
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