Olá meus caros desinformados.
Hoje vamos falar sobre uma obra que eu considero obrigatória para todo leitor que se preze. Se ajeite no sofá, prepare um café e divirta-se.
Cerca de 1500 páginas, divididas em 3 edições levaram quase um ano para serem lidas. Não que eu me demore tanto assim para ler, mas, para evitar a sobrecarga, optei por intercalar outros livros durante a leitura dessa fantástica obra deixada para nós por Sir Arthur Conan Doyle
Sherlock Holmes é um homem excêntrico de hábitos nada convencionais e de difícil relacionamento social. Talvez por isso só tenha um grande amigo. Dr. Watson, médico, veterano da guerra do Afeganistão. Ele talvez seja a única pessoa no mundo a compreender o grande detetive e é por isso que é ele quem nos narra as histórias.
Conan Doyle se utilizou da técnica conhecida como "narrador-personagem", assim podia contar as histórias em primeira e terceira pessoa ao mesmo tempo. A sacada funciona muito bem porque o doutor pode nos dar detalhes do cenário ou das personagens que Sherlock jamais faria, uma vez que está preocupado apenas com a lógica.
A obra possui muito contos e alguns romances e segue, quase sempre, a mesma fórmula. Sherlock é contactado por carta, telegrama ou pessoalmente por alguém que precisa resolver um mistério cujos fatos são muito estranhos. Essa pessoa explica detalhadamente o que aconteceu e pede pela ajuda do detetive, normalmente porque a polícia não consegue resolver ou não pode ser envolvida.
O detetive utiliza a técnica descrita por ele como "eliminando tudo o que é impossível, o que sobra, mesmo que altamente improvável, deve ser a solução".
Nem preciso dizer o quanto é divertido analisar as pistas e tentar descobrir o que realmente aconteceu ou quem é o culpado. Confesso que solucionei menos de 10% dos contos de antemão, já que o escritor consegue criar fatos bastante inusitados ou nos distrair.
Apesar disso, quando Sherlock explica como chegou àquelas deduções, elas sempre nos parecem óbvias e fazem sentido.
Claro que numa obra tão extensa existem contos melhores do que outros. Particularmente, gostei demais dos romances maiores como "O Sinal dos quatro", "Um estudo em vermelho" e o melhor de todos "O cão dos Baskerville".
Com uma linguagem simples, porém correta, Sherlock Holmes é uma boa obra para leitores iniciantes pois contém narrativas curtas, com aventura e mistério, bem ao gosto dos adolescentes. Mas a obra é muito mais do que isso. É um grande clássico que merece ser lido por pessoas do todas as idades.
Terminada a epopeia, posso finalmente assistir a série de TV feita pela BBC e pegar todas as referências.
Recomendo também a versão para a TV americana "Elementary" onde Sherlock é um viciado em drogas e Watson uma mulher. A adaptação, que pode soar estranha à primeira vista, mantém muitos dos elementos de personalidade dos personagens intactos e consegue, com competência, trazê-la ao mundo contemporâneo.
Não recomendo de forma nenhuma os filmes protagonizados por Robert Downey Jr. que são uma galhofa, transformando ideias genias do autor em puro besteirol para pessoas com baixa inteligência. Fuja dessa porcaria!
A obra Sherlock Holmes já está em domínio público, o que significa que pode ser lida online sem problemas relacionados com a pirataria. Ainda assim, é difícil encontrar essa obra bem organizada ou bem traduzida pela internet. Você pode encontrar exemplares com facilidade nos sebos e as livrarias estão sempre reeditando a obra com promoções convidativas. Ou faça como eu e peque emprestado com um grande amigo (Obrigado Valtinho!).
Mesmo com alguns pontos baixos como a morte de Sherlock e seu retorno não muito bem explicado a obra merece nota 5 no Skoob, afinal poucos personagens fizeram tanto sucesso ao ponto de muitas pessoas acreditarem que foi uma pessoa real.
Boa leitura!
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