Muitos podem achar que essa minha mania de escritor é novidade, um "fogo de palha" por assim dizer, mas escrevo continuamente desde a adolescência.
A diferença é agora tenho maturidade para compartilhar esse material sem temer o julgamento, por isso, resolvi buscar alguns textos antigos para colocar aqui no blog.
O Matuto foi um personagem inventado para ser um avatar. Ele substitui as pessoas reais para poupar suas identidades. Essa história que transcrevo abaixo foi publicada nesse mesmo blog quatro anos atrás. Dei uma arrumadinha em alguns erros de português meio gritantes, mas o que importa aqui é a situação. Ela aconteceu mesmo...
Matuto e a Caganeira
Sabe
quando você acorda e o dia parece nebuloso? Algo te diz que é
melhor ficar em casa mas você insiste em sair para ir trabalhar?
Pois é, vejam o que aconteceu ao Matuto num dia desses.
Logo que
saiu de casa, o Matuto viu que tava um trânsito nojento, tinha chovido e tava
aquela desgraça pelas ruas. Mesmo assim o Matuto saiu com sua
namorada em direção ao centro da cidade.
Não tinham nem chegado
nem na metade do caminho quando ele sentiu uma pontada no abdome, sim
abdome, é muito mais bonito do que falar barriga.
Era um peido,
sim, aquela lufa de gás fedido que chega nas horas mais impróprias.
Você precisa se livrar dele sem fazer alarde, mas os vidros do carro
estavam todos fechados por causa da chuva e o ar condicionado estava ligado no reciclador de ar.
Outra cólica veio e não deu pra
segurar, pfuuuuuuft! - Saiu com pouco barulho, o rádio
encobriu, "Acho que ela não vai perceber" – pensou ingenuamente
enquanto uma gota de suor desceu pela testa.
Segundos
depois ela protesta:
- Você peidou? Tá um cheiro de merda aqui
dentro! Disse a moça tapando o nariz.
- Escapou... Alguma coisa
que eu comi não caiu muito bem, foi mal.
Mais dez minutos se
passaram e as cólicas voltaram, pareciam contrações de parto
porque iam e voltavam em intervalos cada vez menores.
Se
contorcendo feito uma lagartixa ele virou pra sua namorada e falou
que eles iam precisar parar em algum lugar pra ele ir ao banheiro que
o negócio tava brabo.
Ela sugeriu uma padaria que estava a menos
de um quilômetro dali, mas o trânsito não andava de jeito
nenhum.
Depois de ter perdido a vergonha e peidar
descontroladamente resolveu entrar em desespero, ou saía daquele
carro ou estragava a cueca, a calça e o carro. Colocou o braço pra
fora e foi trocando de faixa, indo para a direita até que viu um
posto de combustível.
Parou na frente da loja de conveniência e
já foi perguntando onde era o banheiro. – lá atrás - respondeu o
balconista.
Com o que restou de suas forças, caminhou debaixo de
chuva até os fundos do posto e encontrou um toilete mais imundo que
banheiro público, mas como não tinha escolha, arriou as calças e
mandou ver.
A Sensação de alívio foi repentina, afinal alegria
de pobre dura pouco. A privada não tinha tampa e ele sentia que um
movimento em falso e cairia lá dentro. O chão estava todo molhado e
torcia para que fosse água da chuva que escorria até ali.
Uma
nova demanda o fez esquecer da chuva. Havia algo que precisava ser
limpo antes que saísse. Começou a procura visual, olhou no vitrô,
nas paredes, no chão mas percebeu que não havia papel higiênico.
-
Agora fudeu! Metade da minha bunda tá melada e não tem como limpar
- pensou o Matuto. Mas o Matuto é garoto esperto e pensou em sacar
o celular e ligar para sua namorada que estava no carro pra que ela
trouxesse o papel. Foi checar os bolsos e o celular tinha ficado no
carro.
Desesperado, não sabia se sacrificava as meias e a cueca
em troca de sua dignidade, ou começava a chorar. Tentou levantar e
dar uma olhadinha se aparecia alguém... nada. Até que chegou um
maluco abrindo a porta com tudo e ele: - opa, tem gente, tem
gente!
Era outro cara com caganeira. O Matuto jogou o restinho de
sua honra no vaso e chamou o cara. – Maninho, me ajuda aqui!
Meio
cabreiro, o sujeito foi se aproximando com medo do que ouviria, mas o
Matuto foi sucinto. Rapidamente explicou que sua namorada estava no
carro e o cara foi lá avisar a moça que trouxe uma caixa de lenços
para ele fazer a sua higiene.
Após a limpeza, lavou as mãos na
água que caía do telhado, pois a torneira não funcionava e foi
trabalhar normalmente, suas pernas doeram por dois dias de tanto
segurar a merda.
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