Uma das grandes qualidades do ser humano, e que é difícil de ser adquirida, é a capacidade de mudar de opinião.
Raul Seixas conseguia ser uma "metamorfose ambulante" e era capas de desdizer aquilo tudo que ele disse antes.
Pois foi com esse pensamento que resolvi fazer uma segunda leitura de "Uma segunda opinião", primeiro trabalho publicado pelo escritor Fernando Santos de Oliveira.
Quando li o conto quase dois anos atrás, ele não me causou uma impressão muito boa. Tinha achado o tema adolescente demais, um tanto fútil, apesar de bem escrito e com um final revelador.
Hoje peguei para ler novamente, sob uma ótica de quem envelheceu dois anos, ingressou na carreira de letras e também lançou material.
Posso dizer que foi bem mais prazeroso ler sabendo o final. Agora, pude olhar a obra entendendo cada pista que o autor coloca, cada acontecimento tendo o seu propósito. Vale uma segunda leitura de "Uma segunda opinião" com o perdão do trocadilho.
É claro que a linguagem é adolescente, afinal o conto é sobre jovens e o seu mundo, ora bolas! Mas uma olhada mais cuidadosa revela partes bem escritas como esse trecho:
"as
luzes fracas que vinham do teto jogavam sua sombra contra o chão
ampliando-a como se fosse sua segunda personalidade."
Fico feliz em ter mudado de opinião, assim como tinha feito com clássicos que eu não havia curtido na adolescência.
A partir de agora, vou tentar ler tudo como quem o faz pela segunda vez.
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