quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Resenha - Planeta Brutal de Raphael Miguel

Salve galera!! Como estão?

Hoje eu vou resenhar para vocês uma distopia que se passa em pleno Brasil.
Desde que escrevi a minha própria distopia que se passa também por aqui, tenho prestado mais atenção a obras com essa pegada.

Não conhece a minha obra, Um Poema de Guerra? Então confira aqui: https://desinformadoss.blogspot.com/2018/06/um-poema-de-guerra-chegou.html

Mas agora vamos à resenha de hoje:

CAPA: 

Começamos bem! A capa, além de bonita, mostra a nossa personagem principal em um deserto, nada melhor para mostrar o que vem por aí.

SINOPSE"Os eventos que culminaram no Primeiro Dia assolaram a face do Planeta Terra. Com a população reduzida drasticamente e com os efeitos das extinções de espécies e do aquecimento global, os sobreviventes tiveram que se adaptar a uma nova realidade... uma realidade feia, cruel, visceral, BRUTAL.

Em meio ao caos, após ter vivenciado o lado mais horrendo dos remanescentes, uma mulher leva seu pequeno filho pelo deserto sem fim na intenção de encontrar um lugar melhor para sobreviver, mas o perigo espreita pelos cantos e cada passo pode ser mortal. 

Com um ritmo alucinante, “Planeta Brutal” irá te levar a um mundo caótico, com uma trama repleta de reviravoltas através de personagens fortes e marcantes que não têm limites para alcançar seus objetivos."

DADOS TÉCNICOS: 2017, 302 páginas, Editora Coerência, Raphael Miguel


RESENHA: Planeta Brutal (uma singela homenagem ao grande Alice Cooper) é a típica distopia de fim de mundo. Um evento chamado na história de "primeiro dia" onde uma espécie de cataclismo bíblico destrói o mundo como o conhecemos deixando apenas alguns sobreviventes para disputarem as migalhas é o estopim para a obra.

Não fica muito claro o que aconteceu, mas isso não incomoda, já que o livro é narrado em primeira pessoa e os personagens não sabem realmente explicar o primeiro dia. Há somente alguns comentários dando a entender que o aquecimento global tem algo a ver com o fim do mundo.

CONFUSÃO E REPETIÇÕES: Como já dito, o livro é narrado em primeira pessoa, mas não apenas pela personagem principal, Kaiara.
Ao invés disso, o livro alterna o narrador a cada capítulo e principalmente no começo da obra é um pouco difícil entender quem está falando, principalmente quando aquela é a primeira vez que um personagem aparece. Isso acontece até a metade do livro, muitas vezes de forma meio brusca.
Talvez se o autor colocasse quem está narrando no começo do capítulo ficasse mais fácil de compreender.

Outra característica gerada por essa narração alternada é a repetição das cenas. Muitas vezes temos a mesma cena narrada por mais de um personagem, o que ajudaria a enxergar a perspectiva diferente de cada pessoa sobre um mesmo evento, entretanto, em certas horas o recurso fica um pouco exagerado e acabamos tendo um certo "mais do mesmo"
As repetições também acontecem em palavras específicas. O autor usou demais palavras como "brutal" e "danação" e acabou desgastando aquilo que deveria ter tido destaque.

VISCERAL: Planeta Brutal é um livro violento. Mais de metade do conteúdo é a descrição de lutas entre os personagens, a maioria delas envolvendo a perda de membros, quebra de ossos, tripas no chão e muito, muito sangue derramado. Em alguns momentos você se sente em uma sessão de RPG devido aos turnos de cada combatente na luta.

O autor não poupa nem velhos, nem crianças da carnificina, entretanto, resolveu manter a violência apenas nos combates. As cenas de tortura não são descritas tão detalhadamente e não há descrição de violência sexual, apenas a menção de que podem acontecer.

Se você é sensível a cenas violentas, este livro não é para você.

GEORGE R.R. MARTIN?: Outro detalhe importante de planeta brutal é que você não deve se apegar a nenhum personagem. A qualquer momento eles podem ser mortos e nenhum deles se comportará como herói, o que condiz perfeitamente com a ideia de um mundo onde a sobrevivência é a maior necessidade. Um dos pontos positivos da obra.

PERSONAGENS: Como eu disse acima, não dá para se apegar muito aos personagens, já que eles morrem o tempo todo ou não são exatamente heróis, entretanto a narração em primeira pessoa não consegue dar tempo suficiente a nenhum deles, nem mesmo à protagonista para que haja essa empatia toda. Não são personagens ruins, mas poderiam ter sido melhor trabalhados.

VÍRGULAS E ERROS INACEITÁVEIS: Planeta Brutal é um livro que tem um ritmo de leitura bastante rápido, e isso nos faria virar as páginas rapidamente não fosse um problema irritante: as vírgulas.
Elas estão em todo lugar, inclusive em lugares aonde não deveriam estar, mostrando que, ou o livro não foi revisado, ou o revisor precisa estudar urgentemente o uso das vírgulas.
Além delas, o livro ainda está cheio de errinhos de digitação como palavras juntas e erros ortográficos.
A literatura nacional continua a fazer livros com capas belas e diagramação de primeira, mas com revisões precárias. Uma pena.

CONCLUSÃO Planeta Brutal traz uma proposta interessante e uma história redondinha. O final é coerente e satisfatório, mas se você não gostar há ainda um final alternativo.
A narração um pouco confusa e a revisão ruim estragam um pouco o prazer de ler, mas ainda assim é um bom livro, mas que irá agradar somente a um tipo específico de leitor que gosta ou não se importa de ler obras mais violentas e viscerais.

Nota 3,5 no Skoob, um livro que podeira ter ficado excelente se tivesse tido um pouco mais de esmero em sua produção.

E você? já tinha lido ou sequer ouvido falar dessa obra? Então diga aqui o que achou ou a sua expectativa de leitura.

Abraços

Dan Folter

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