sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Promoção Dan Folter 500 curtidas - participe!

ATENÇÂO
Promoção prorrogada até 30/03/2018.
Lembrem-se que o sorteio só rola se chegarmos às 500 curtidas!!!!

Como você deve saber as redes sociais são uma ferramenta importante para escritores.
Elas servem para divulgarmos o nosso trabalho, conversarmos com o público e até para medirem o quanto somos requisitados.
Muitas vezes um bom número de seguidores pode ajudar uma editora a apostar no trabalho deste ou daquele escritor.

Pensando nisso, resolvi fazer uma promoção para alcançar 500 seguidores em minha página do Facebook. E quem vai ganhar são vocês.


Se a página www.facebook.com/danfolter atingir 500 curtidas até o dia 23 de março de 2018, eu vou sortear 2 exemplares de meus livros entre os participantes.

Serão dois ganhadores, um levará o livro O mistério de Boa Esperança autografado e o outro ganhará um exemplar também autografado da antologia de contos Aconteceu no Natal da qual eu participo com frete incluso para todo o território brasileiro.

Mas não para por aí!!

Como forma de agradecimento a todos os meus leitores e seguidores, caso a página chegue aos 500, colocarei também todos os meus livros digitais de graça por um dia na Amazon, assim você que está interessado e usa o Kindle vai poder conhecer vários contos de minha autoria sem gastar nadinha.








Para participar é muito fácil: Basta curtir a página www.facebook.com/danfolter e comentar "curti" no post da promoção e eu lhe darei um número para o sorteio.

Para quem já curte a página e também quer participar é fácil também: Basta compartilhar publicamente o post da promoção e comentar "compartilhei" que também lhe darei um número.

O sorteio e a divulgação dos ganhadores serão realizados no dia 24 de março e os livros grátis serão disponibilizados no dia 25 de março, por isso fique esperto para não deixar de baixar o seu.

Lembrem-se que só vale se a página chegar às 500 curtidas, por isso chame os seus amigos, sua mãe, crie um perfil para o seu cachorro, mas vamos fazer essa página bombar!!!

Grande abraço a todos!

Dan Folter!

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Resenha - Pedagogia da Autonomia - Paulo Freire

Olá para todos por aqui

E a resenha de hoje é um pouco diferente das habituais. Vocês estão acostumados a ver apenas livros de ficção por aqui, mas hoje falaremos de um livro mais técnico: Psicologia da Autonomia de Paulo Freire

Capa:


Capa simples, destacando  o nome do autor e o título, afinal trata-se de um livro que busca o estudante e não o leitor casual.

SINOPSEEm 'Pedagogia da Autonomia' de 1996, Paulo Freire nos apresenta uma reflexão sobre a relação entre educadores e educandos, elaborando propostas de práticas pedagógicas, orientadas por uma ética universal, que desenvolvem a autonomia, a capacidade crítica e a valorização da cultura e conhecimentos empíricos de uns e outros. Criando os fundamentos para a implementação e consolidação desse diálogo político-pedagógico e sintetizando questões fundamentais para a formação dos educadores e para uma prática educativo-progressiva, Paulo Freire estabelece neste livro novas relações e condições para a tarefa da educação.

DADOS TÉCNICOS: 2013, 166 páginas, Editora Paz e terra, Paulo Freire

RESENHA: Paulo freire foi um professor e pedagogo brasileiro conhecido por trazer novas ideias para a educação. Com uma visão mais humana e menos robótica da educação, suas ideias são conhecidas por todo o mundo e ele sempre foi mais valorizado lá fora do que em seu país de origem.
Como sou estudante do curso de Licenciatura em Letras, é o tipo de leitura recomendada para a profissão.
O livro tem então a intenção de prover conhecimentos para o exercício da futura profissão.

Mas é justamente aí que a leitura começa a não corresponder ao que se esperava do livro. Ao invés de discutir técnicas, procedimentos e dar direções, o autor apenas faz reflexões sobre a pedagogia.

AUTOAJUDA PROFISSIONAL: O livro acaba ficando focado apenas na parte de reflexão e análise sobre o trabalho do professor. Ele nos convida a repensar diariamente os nossos métodos e exercitar a autocrítica, algo importante para o profissional não estagnar.

O problema é que não passa disso. Muitos conceitos são sugeridos, mas na hora de explorá-los, o autor se perde em voltas e mais voltas dizendo a mesma coisa. Não há ação, apenas reflexão.

POLITICAMENTE CORRETO: Parece haver um receio em se dizer aquilo que pensa nos dias de hoje, porque qualquer coisinha ofende alguém e vira uma gigantesca bola de neve.
Aparentemente a escrita desse livro sofreu de um imenso medo de se dizer algo, então o autor se limita a insinuar, não colocando o dedo nas feridas por medo de desagradar.

IDEOLOGIA: Outro problema encontrado no livro é que ele acaba sendo usado para vender uma ideologia nas entrelinhas. Conhecido defensor do socialismo, Paulo Freire tenta "vender" essa ideologia no livro, mas tenta fazê-lo de forma subliminar.
Era melhor se o autor tivesse logo assumido essa posição e não se disfarçasse numa neutralidade.

CONTRADITÓRIO: Freire tenta passar em suas linhas gerais uma pessoa simples, do povo, cuja pedagogia é voltada para os mais necessitados, mas não aplica esses conceitos na escrita deste livro. Ao contrário ele usa de palavras complicadas, tudo tem que ser "epistemológico", algo que, apesar de tecnicamente correto, não vai de encontro às ideias defendidas na obra.
Muitas vezes é difícil de entender onde o autor quer chegar porque as informações não são claras, ele dá muitas voltas para chegar ao ponto.

LEIA APENAS O SUMÁRIO: As ideias de cada capítulo já são suficientes para se absorver 90% do livro.
Quando o capítulo diz: "respeite o aluno" é exatamente isso. E lá se vão quatro páginas para elaborar essa ideia sem sair do lugar.

CONCLUSÃO: Pedagogia da autonomia traz boas reflexões para quem quer analisar a profissão de educador, mas para por aí. O livro nos convida a pensar sobre as nossas posturas em sala de aula ou fora dela, mas não nos dá nenhuma direção. Ao contrário deixa que cada um tenha uma ideia própria e acaba soando mais anárquico do que organizador.

Recebe um mediano 3 no Skoob porque não é ruim, só não parece fazer o efeito que deveria.

Gostou dessa resenha sobre um livro mais técnico? Já leu a obra e quer deixar sua opinião? Então deixe um comentário aqui no blog ou compartilhe na sua rede social

Grande abraço a todos

Dan Folter!

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Resenha - Apenas viva sem mim de Maria Eduarda Duarte

Salve, salve amigos desinformados!

Hoje é dia de resenha. E de livro nacional!

Capa:



Gostei bastante da capa, pois tanto a ilustração como as cores escolhidas, nos transmitem exatamente os sentimentos pretendidos pela obra: tristeza, saudade, solidão, etc. 
Uma capa nota 10!

SINOPSE"Minha mãe costumava dizer que a dor sentida nunca poderia ser escrita. Eu nunca concordei com essa frase, até o dia que perdi o nós."

O jovem casal Andrew e Maryui eram perfeitos, aos olhos de todos. Tinham uma ligação esplêndida, ambos faziam tudo um para o outro. Mas, acidentes acontecem. E são capazes de transformar o mundo, ou pelo menos, o mundo específico de alguém. Quando tudo é alterado em uma noite simplória de sábado, as chamas consomem o amor existente restando só culpa, medo e desconfiança entre o que é visto e o que é a verdade absoluta. Cabe a Andrew, então, recuperar-se das queimaduras e encontrar a realidade em seus sentimentos pela esposa, mas ele acaba adentrando no mundo obscuro de Maryui – e isso pode o levar à ruína.

DADOS TÉCNICOS: 2017, 111 páginas, Editora Xeque-Matte, Maria Eduarda Duarte


RESENHA: Apenas viva sem mim é o romance de estréia da autora Maria Eduarda Duarte e conta a história de um casal jovem: Andrew e Maryui.
Na trama um acidente separa o casal e deixa Andrew em um estado profundo de depressão, à custa de remédios, médicos e terapeutas.

PSICOLÓGICO: O livro é narrado em primeira pessoa e nos traz as reflexões de Andrew, como ele está se sentindo após a perda de sua amada.
Nessa narração conhecemos a vida do casal antes do acidente, como se conheceram e todos os detalhes que o fazem lamentar essa perda.

Não é uma obra calcada na ação, mas nos sentimentos, na reação desse personagem, em como ele lida com essa mudança brusca em sua vida.

QUERIDO DIÁRIO: Para que não tenhamos apenas a perspectiva de Andrew dos fatos, a autora utilizou o recurso de passagens de um diário escrito por Maryui. A partir desse momento passamos a ver que a vida do casal, até então um conto de fadas, tinha sim alguns problemas, alguns deles bastante sérios.
Descobrimos que Maryui sofria de depressão também e entendemos que isso, juntamente com alguns comportamentos de Andrew, dificultavam a vida harmoniosa desse casal.

NÃO FOI BEM ASSIM: A Apresentação de vários fatos sobre a vida anterior do casal e também algumas revelações em conversas do rapaz com sua mãe nos fazem a questionar como tudo teria acontecido. 
O leitor começa a ter dúvidas já que a primeira pessoa não nos permite saber o que aconteceu exatamente, mas enxergamos através dos olhos de outras pessoas, que nesse caso, não estão em sua plenitude psicológica e podem estar se iludindo ou enxergando os fatos de forma distorcida.

UM POUQUINHO DE AUTOAJUDA: A autora utiliza o final da obra como um aviso para aqueles que sofrem de depressão. Ela parece querer convidar aqueles que acreditam sofrer desse mal a procurarem por ajuda.
Apesar de não conhecer a intimidade da autora, a obra se parece um tanto autobiográfica, pois dá a impressão que ela ou alguém próximo enfrenta ou enfrentou esse problema.

MATURIDADE: Chama a atenção esta obra de cunho psicológico ter sido escrita por uma pessoa de apenas 17 anos. Nos mostra uma maturidade em sua primeira obra que nos faz imaginar onde ela pode chegar se continuar investindo nessa carreira.

Por isso, acho que devemos descontar alguns probleminhas técnicos na obra, como o uso incorreto de vírgulas ou a revisão que deixou um pouco a desejar.

UMA NOVA EDITORA: Apenas viva sem mim é uma publicação de uma editora recente no mercado. A Xeque-Matte trouxe um livro de boa qualidade, com trabalho gráfico acima da média, capa muito boa e diagramação também. O papel amarelado é confortável e as fontes tem bom tamanho, salvo no caso das passagens do diário de Maryui onde a fonte cursiva é um pouco cansativa.



CONCLUSÃO: Apenas viva sem mim é um livro curtinho, mas tem bastante conteúdo e nos faz refletir sobre nossas vidas românticas, sobre como tratamos a pessoa amada e sobre o fato de a morte poder acontecer a qualquer momento e mudar tudo.

Fica entre o bom e o muito bom e por isso rendeu a nota 3,5 no Skoob

E você já leu esse livro? Então diga o que achou.
Se não leu, então nos diga se essa resenha o deixou curioso e por que.

Grande abraço a todos

Dan Folter!

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Análise Literária - Morte na Mesopotâmia por Aghata Christie

Salve amigos desinformados!

E chegou a hora de falar de mais um livro clássico. Um de uma autora que dispensa apresentações: Agatha Christie.

E a obra selecionada é Morte na Mesopotâmia. Vamos lá?

Capa:


Capa da última versão lançada no Brasil pela editora Nova Fronteira. O nome gigante da autora mostra todo o prestígio da mesma deixando as ilustrações (que são bem bacanas) e o nome do livro completamente em segundo plano.

SINOPSEA enfermeira Amy Leatheran é contratada para se juntar a uma expedição arqueológica no Iraque. Mas sua função ali tem bem pouco a ver com ruínas e artefatos: ela deve vigiar de perto a bela Louise Leidner, que está cada vez mais apavorada com a ideia de que talvez seu ex-marido não esteja tão morto quanto acreditava.

Louise pode estar imaginando coisas. Mas o fato é que, uma semana após a chegada da enfermeira, a mulher é encontrada morta no próprio quarto, e agora cabe a Hercule Poirot identificar o assassino. Quem terá sido? Tudo indica que o culpado está entre os membros da equipe de cientistas...

DADOS TÉCNICOS: 2014 (1936), 240 páginas, Nova Fronteira, Aghata Christie.


ANÁLISE:  Aghata Christie não recebeu o título de "Dama do crime" à toa. A escritora inglesa se tornou a maior referência em romances policiais em todo o mundo graças a sua escrita cativante, de fácil compreensão e cuja capacidade de prender o leitor é impressionante.
Neste "Morte na Mesopotâmia" temos vários elementos clássicos utilizados por ela e por outros escritores para escrever um bom romance policial. Vamos dar uma destrinchada nas técnicas da autora e você pode tentar copiar nas suas próximas histórias.

NARRADOR-PERSONAGEM EM TERCEIRA E PRIMEIRA PESSOA COMBINADAS: Muito se discute se é melhor o livro em primeira ou terceira pessoa e Aghata, com toda a sua genialidade, resolve a questão muito bem.
Ela narra esta história sobre os olhos de uma personagem coadjuvante. A enfermeira Amy Leatheran junta-se a uma expedição arqueológica no Iraque para vigiar uma outra personagem, alguém que teme a morte.
Como Amy não conhece bem as outras personagens, há espaço para que o leitor não descubra muito, pois os fatos se desenrolam aos poucos, pelos olhos dessa narradora e aqui vai o primeiro segredo da autora para criar o mistério: Não dar muitos detalhes das personagens (ou dos suspeitos do crime, se preferirem).

OCULTAÇÃO DE FATOS IMPORTANTES: Uma das dificuldades que o leitor terá ao ler um romance de Aghata é que a autora não costuma ser totalmente honesta no tanto que nos revela. É preciso lembrar que conhecemos os fatos pelos olhos da narradora e ela pode deixar passar algo. Quando a solução vem, nem sempre estamos nos preparando para ela e, por isso, é tão difícil descobrir o assassino antes da revelação.

ISOLAMENTO: Característica interessante utilizada em policiais é criar um ambiente de isolamento. Ninguém pode entrar ou sair por algum motivo, evitando fugas ou a polícia tradicional. Assim o caso TEM que ser resolvido pelo detetive presente, não apenas porque ele é bom, mas porque não há muitas outras opções.

MUITOS PERSONAGENS COM ALGO A ESCONDER: Outra técnica usada pela autora para nos despistar é infiltrar algum tipo de vigarista em meio ao grupo de suspeitos. Essa pessoa deve algo, mas, não necessariamente, é a assassina. Dessa forma começamos a desconfiar de todo mundo e fica difícil saber quem é o real culpado.

RELACIONAMENTOS: Você não encontrará muitas pistas físicas nessa e em outras obras da autora. Ela preferia utilizar os relacionamentos entre as pessoas para colocar as pistas de forma subliminar. Não haverão muitas pegadas, rastros ou outros elementos físicos, mas haverão entrevistas com os suspeitos onde estarão os motivos que cada um tinha para cometer ou não o crime.

INVESTIGAÇÃO NÃO É AÇÃO: Se você é daquele que reclama de todo livro que não é uma cascata de acontecimentos desvairada, talvez você consiga não gostar desse tipo de literatura. Há pouco espaço para a ação e o crime não costuma ser mostrado, mas o cadáver encontrado.
A graça aqui está na investigação, não em fugas extraordinárias, perseguições ou lutas.

DIFÍCIL PARAR: Começar esse tipo de livro à noite pode ser perigoso. Chega um ponto em que estamos tão envolvidos com a investigação que não se consegue mais parar de ler. Você corre o risco de avançar madrugada adentro, mas será por uma boa causa.

VALE A PENA LER? Não ache que você irá pegar o jeito e começará a descobrir os assassinos só porque entendeu um pouco da receita de bolo da autora. Ela estará sempre pronta a surpreender-nos novamente e, por isso, vale a pena ler mais e mais livros da dama do crime.
Eles também são ótimos para quem está começando a ler, pois costumam viciar...

E aí, meus caros? Gostaram dessa análise? Que outros livros dela já leram?
Deixem seus comentários abaixo

Abraço a todos

Dan Folter 

domingo, 28 de janeiro de 2018

Desinformadoss agora no youtube

Fala galera! Eu sou o Dan Folter e este é o novíssimo canal do Desinformadoss no Youtube!

É isso mesmo! Agora vocês poderão curtir os conteúdos aqui do canal também em vídeo. Faremos resenhas, análises sobre obras mais antigas e, claro, falaremos um pouquinho também das nossas obras próprias.

Claro que não foi fácil gravar esse primeiro vídeo. Apesar de o resultado ter apenas pouco mais de cinco minutos, foram precisas algumas horas de planejamento, montagem do cenário, posicionamento de câmera, luz e microfone, além é claro de vários takes de gravação porque o nervosismo me impediu de falar tudo de uma vez.

Por essas e outras, peço que deem um desconto para os tiques nervosos, as diferenças de luz e de som e outros probleminhas que pretendo melhorar para os próximos vídeos.

Mas o resultado acabou ficando bastante interessante, grande parte graças ao trabalho do meu grande amigo de infância, o Davi Ferreira, que editou, criou a vinheta e colocou as músicas.
Para quem quiser fazer trabalhos com ele, só entrar em contato pelo: yagami312@gmail.com

Assistam ao vídeo e nos digam o que acharam. Opiniões são de grande ajuda nesse início, mesmo as desagradáveis...
E uma dica. Assistam até o final pois deixei um bônus por lá.



Grande Abraço!

Dan Folter!


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Resenha - Bidú caminhos por Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho

Olá caros leitores.

Saudades das resenhas? Pois é, tem sido um tempo de leituras longas e muito trabalho, mas, entre uma leitura pesada e outra, costumo reservar um espacinho para coisas mais leves, porém não menos interessantes.

Então a resenha de hoje é sobre um quadrinho: Bidú - Caminhos. vamos lá?

Capa:


Como de costume, as graphics MSP trazem uma capa bonita, que traz sentimentos e nos dá uma vontade louca de ter na estante

SINOPSEEm Bidu – Caminhos, os autores Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho reimaginam a forma como Bidu e Franjinha - os dois primeiros personagens criados por Mauricio de Sousa - se tornaram melhores amigos. Uma aventura cheia de problemas, surras, desvios de rota, chuva, cachorros, decisões difíceis e ternura.

DADOS TÉCNICOS: 2014, 84 páginas, Editora Panini, Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho

LINKS PARA COMPRA: Amazon

RESENHA: Bidú - Caminhos é mais uma das interpretações dadas por artistas modernos à obra concebida pelo genial Maurício de Souza, um ícone da literatura brasileira.
Como de costume a obra homenageia os personagens sem interferir com a essência deles, o que nos deixa aliviados e felizes pelo bom trabalho dedicado a personagens por nós tão queridos



A HISTÓRIA: Nessa revista temos recontado o primeiro encontro entre Franjinha e Bidú, mas a história mesmo é praticamente toda voltada a uma aventura anterior a esse encontro onde o cachorrinho azul passa por muitos perrengues.

UM POUCO DE VIDA REAL: Nos deparamos com problemas comuns a muitos cachorros abandonados nessa revista. A luta diária por comida e abrigo, os perigos ao encontrar animais maiores, humanos malvados e o sempre presente risco de atropelamento.
É uma revista que coloca à prova a questão liberdade x conforto a que muitos pets são expostos nos dias atuais. Leia e tire suas próprias conclusões.

NOSTALGIA: Apesar de os quadrinhos da turma da Mônica serem, em geral, destinados ao público infantil, as graphics MSP têm uma pegada mais focada no público adulto, em pessoas como eu que passaram a infância lendo gibis e agora compram esse material para exercitar a nostalgia.
É claro que o material também pode ser lido por crianças, mas adultos aproveitarão muito melhor as nuances. A arte é um show a parte, por isso, vire as páginas bem devagar para perceber a riqueza de detalhes e a delicadeza de cada quadrinho. É possível ver que foi feita com amor.



CACHORROS NÃO FALAM: Outra visão comum em gibis e histórias infantis em geral é a antropomorfização de personagens animais. Mas nessa revista, eles não falam usando palavras. Ao invés disso os balões contém imagens semelhantes a emojis. O leitor precisa interpretar as falas através dos sentimentos passados, bem parecido com os animais verdadeiros.
É uma técnica que causa um certo desconforto, mas que funciona muito bem quando nos acostumamos a ela. E os balões tem uma arte a parte também.

ONOMATOPEIAS: Foi necessário recorrer ao uso dessa figura de linguagem para deixar a história ainda mais interessante, por isso você encontrará onomatopeias (barulhos descritos por palavras) por toda a revista, desenhados de forma brilhante.
A técnica ajuda a preencher os espaços que a falta de diálogos poderia causar e nos deixa com algo para ler, além de apenas olhar para as imagens.

CONCLUSÃO: Bidú - Caminhos é outra obra que acerta em cheio com o objetivo dessa coleção e faz felizes tanto os fans mais antigos da turminha quanto o pessoal mais novo. Traz algumas ideias inovadoras e, mesmo assim, respeita a obra original. No Skoob ganha um 5 com louvor e pedidos por mais.

E você já leu essa revista? Então diga o que achou.
Se não leu, então nos diga se essa resenha o deixou curioso e porque.

Grande abraço a todos

Dan Folter!

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Análise Literária - Os trabalhadores do mar de Victor Hugo

Salve amigos desinformados!
Que tal começarmos o ano com uma nova seção aqui no blog?

Análise literária é onde falaremos de obras consideradas clássicas ou que já sejam antigas, afinal, não faz muito sentido fazer resenha de coisa velha, não é mesmo?

Por isso, essa seção conterá spoilers!!!  Por isso, se você ainda não leu algum dos livros dos quais falaremos por aqui, é melhor correr e ler e depois voltar por aqui.

Para começar, selecionamos um mais de 100 anos de existência: Os trabalhadores do mar de Victor Hugo

Capa:


Pela capa já se pode ver que não se trata de um livro novo ou voltado para leitores iniciantes. É um clássico e a capa nao se envergonha disso.
Destaque para a mensagem "texto integral" na parte de baixo, já que é comum encontrarmos versões resumidas de obras como esta.

SINOPSEA riqueza imagística e formal de sua lírica fez de Victor Hugo o maior poeta romântico francês, também principal mentor do Romantismo em seu país e um de seus mais importantes prosadores. Em 1886, escreveu o romance "Os Trabalhadores do Mar", considerado por muitos críticos e leitores como sua verdadeira obra-prima.

DADOS TÉCNICOS: 2004 (1886), 461 páginas, Martin Claret, Victor Hugo


ANÁLISE:  Victor Hugo foi um escritor francês mais conhecido por ser o autor de dois grandes clássicos da literatura: Os miseráveis e O corcunda de Notre Dame (Notre Dame de Paris), mas aqui temos uma obra menos conhecida, embora considerada por muitos críticos como sendo a grande obra prima do autor.

Victor Hugo é um dos representantes mais importantes do movimento conhecido como Romantismo na França e suas obras ainda são lidas e estudadas nos dias de hoje graças à qualidade literária e as histórias bastante humanas.

LINGUAGEM: Se você é daqueles que acha Machado de Assis "chato" porque a linguagem utilizada é difícil para os padrões atuais, fuja desta obra na maior velocidade possível.
A linguagem do autor é bastante rebuscada e nos obriga a reler alguns parágrafos ou consultar um dicionário para entender certas passagens.
A versão por mim lida tem tradução justamente de Machado de Assis, o que torna as coisas ainda mais interessantes (ou não).

RITMO MUITO LENTO: Se você acha que boas histórias precisam prender o leitor desde o primeiro parágrafo e quer ação o tempo inteiro, fuja desta obra. Tudo aqui acontece em ritmo extremamente lento e descritivo, quase não havendo acontecimentos, mas se explorando ao mínimos detalhes tudo aquilo que se mostra.

DESCRIÇÕES DE ENCHER OS OLHOS: Característica do romantismo, tudo é descrido com riqueza de detalhes absurda, chegando a ser cansativo em alguns momentos. Aqui é preciso entender o ritmo de vida da época e não desistir, pois é uma obra que vale a pena.
As descrições não se dedicam apenas à lugares, paisagens ou pessoas. Procedimentos são explicados em minúcia, o que torna a leitura pesada para o leitor casual.

Os termos náuticos também dificultam um pouco a compreensão caso você não entenda nada de barcos assim como eu. Das duas uma: ou você procura no dicionário cada palavrinha para entender exatamente do que se trata ou encara como "é peça de barco" e segue adiante.

FILOSÓFICO: É maravilhosa a forma filosófica e, muitas vezes irônica, com que Victor Hugo escrevia. A autor dá a sua opinião sobre várias facetas humanas e viaja com gosto em frases que nos farão pensar por muito tempo. Vaja alguns exemplos desse tipo de passagem:

" Os teimosos são os sublimes. Quem é apenas bravo tem só um assomo, quem é apenas valente tem só um temperamento, quem é apenas corajoso tem só uma virtude; o obstinado na verdade tem a grandeza. Quase todo segredo dos grandes corações está numa palavra: perseverando. A perseverança está para a coragem como a roda está para a alavanca: é a renovação perpétua do ponto de apoio. Esteja na terra ou no céu o alvo da vontade, a questão é ir a esse alvo."

“Nada se compara à timidez da ignorância, a não ser a sua temeridade. Quando a ignorância começa a ousar é que tem uma bússola consigo. Essa bússola é a intuição da verdade, mais clara às vezes num espírito simples que num espírito complicado."

"A vida é a viagem, a ideia é o itinerário. Sem itinerário, para-se. Perdido o alvo, morre a força."

IRÔNICO: Logo no início da obra conhecemos Gilliat, um homem que, por não se enquadrar nas convenções sociais da época, era taxado como uma espécie de bruxo, um homem que pactuava com o demônio.
Engraçado é que o autor coloca as mais absurdas afirmações dos populares com uma ironia deliciosa de se ler, mostrando todo o preconceito das pessoas com aquele que não compreendem, ao mesmo tempo que nos mostra que Gilliat é um homem honrado que gosta do mar, da natureza e está apaixonado por uma moça local, Deruchette.

ROMANCE IMPOSSÍVEL: Outra característica comum ao romantismo é o amor impossível. Gilliat não se vê a altura de Deruchette, porém enxerga uma chance de redenção ao fazer um enorme favor ao tio da moça salvando parte de um barco naufragado.
Gilliat passa um tempo enorme nesse resgate, numa luta pela própria vida, uma batalha contra o mar, contra as intempéries e contra todas as possibilidades.

UM LIVRO MUSICAL: A escrita de Victor Hugo é tão bela que, muitas vezes, parece melódica. A escolha de palavras, mesmo quando há o exagero no tamanho das descrições, mostra a escrita que beira o genial, mesmo que seja um pouco maçante em alguns trechos.

UM FINAL PARA CHORAR: Não há um final feliz em os trabalhadores do mar, pelo menos não para Gilliat, porém o altruísmo do personagem ao se sacrificar por outros, até pela mulher amada, resulta em muito para o leitor refletir.

VALE A PENA LER? Tudo depende do perfil de cada leitor. Se você gosta de livros de ritmo rápido, com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, corra dessa obra. Você vai ficar entediado e provavelmente não irá terminar a leitura.
Agora se você é um apaixonado pelas letras como eu, estuda na área ou gosta de obras primas da literatura, mesmo que sabendo que a leitura será difícil em alguns momentos, então invista na obra e prepare-se para se apaixonar.

E aí, meus caros? Gostaram dessa nova seção?
Então deixem seus comentários abaixo

Abraço a todos

Dan Folter